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Curupira na COP30: quando o folclore encontra a floresta e um futuro que é ancestral

  • Foto do escritor: IC CULTURA
    IC CULTURA
  • 22 de ago.
  • 2 min de leitura

No Dia do Folclore, celebramos não apenas mitos e lendas, mas também os saberes ancestrais que ajudam a proteger nosso maior patrimônio: a natureza. A escolha do Curupira como símbolo da COP30 reforça que a cultura é aliada essencial na luta contra a crise climática.


Por Cássia Naldi e Juliana Oliveira


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No Dia do Folclore, celebrado em 22 de agosto, o Brasil relembra suas histórias, mitos e personagens que atravessam gerações. Mas mais do que uma memória cultural, o folclore é também um campo de resistência, identidade e sabedoria.


Neste ano, a homenagem ganha uma dimensão ainda mais simbólica: o Curupira — guardião das florestas na tradição oral brasileira — foi escolhido como símbolo da COP30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém do Pará, em novembro.


A presença do Curupira neste palco global reforça algo essencial: a luta contra a crise climática não se faz apenas com ciência e política — ela também se faz com cultura, memória e ancestralidade.


Na tradição popular, o Curupira é um ser mítico com cabelos de fogo e pés virados para trás, que engana e afasta aqueles que tentam destruir a floresta. Mas ele é mais do que um mito: representa o espírito protetor da mata, um símbolo da força da natureza e da inteligência ancestral dos povos originários.


Sua escolha como símbolo da COP30 é um aceno importante para a valorização de narrativas locais em um evento que costuma ser dominado por discursos técnicos e geopolíticos. O Curupira é um lembrete de que a floresta não está vazia — ela está viva, habitada e protegida por muitas formas de saberes tradicionais.


Durante muito tempo, o folclore foi visto apenas como “fantasia popular”. Mas hoje, reconhece-se cada vez mais seu valor como instrumento de educação, conscientização e conexão com a natureza.


Trazer o Curupira para a COP30 é também um convite a pensar estratégias de engajamento cultural na pauta ambiental. Como envolver crianças, jovens e comunidades na preservação do meio ambiente a partir de símbolos que fazem parte de sua imaginação coletiva? Como usar o folclore para falar de justiça climática, direitos dos povos originários e proteção da biodiversidade?


A resposta pode estar na intersecção entre tradição e inovação, onde os saberes ancestrais se conectam com os desafios contemporâneos.


O Curupira na COP30 nos lembra que a cultura é aliada essencial da sustentabilidade. É através dela que entendemos o valor simbólico da natureza, a importância da coletividade e a necessidade de preservar o que nos sustenta — física, espiritual e culturalmente.


No coração da Amazônia, onde a COP30 acontecerá, vivem povos que há milênios protegem a floresta sem precisar de conferências globais para saber que ela é sagrada. São esses povos, com seus mitos, histórias e práticas, que nos ensinam que o futuro que buscamos é, na verdade, ancestral.


Celebrar o Dia do Folclore com o Curupira como símbolo da COP30 é um gesto poderoso. É afirmar que o Brasil tem muito a oferecer ao mundo — não só em termos de biodiversidade, mas também de sabedoria cultural.


Que o Curupira continue nos guiando com seus pés virados, nos fazendo olhar para trás, para nossas raízes, para que possamos avançar com mais consciência, justiça e conexão com a terra.

 
 
 

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