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CULTURA SIGNIFICA CUIDADO

  • Foto do escritor: Juliana Oliveira
    Juliana Oliveira
  • 11 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de fev.

Um olhar para a Cultura à luz de Marilena Chauí


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No Brasil, as concepções sobre cultura são diversas e muitas vezes contraditórias. Para alguns, cultura é sinônimo de conhecimento e sabedoria acumulados e reconhecidos ao longo do tempo. Pessoas cultas seriam aquelas que possuem conhecimento, enquanto as que não o possuem seriam consideradas incultas. Essa visão coloca a cultura em um pedestal de posse e exclusividade.


A origem da palavra "cultura", do latim colere, vai além da mera posse de conhecimento. Ela remete ao ato de cuidar, de cultivar, de se expressar e existir. Segundo Marilena Chauí, cultura é a capacidade dos seres humanos de se relacionar com o ausente, transformando-o em símbolos, através da linguagem e do trabalho.


A linguagem é o instrumento que torna presente o que está ausente, enquanto o trabalho materializa no mundo aquilo que antes não existia. Somado a isso, cultura é a habilidade de os seres humanos se relacionarem com o tempo, de refletir sobre o passado, viver o presente e projetar o futuro. É através dela que definimos nossas virtudes, como nos colocamos e nos manifestamos no mundo.


No entanto, há um equívoco estratégico em reduzir a cultura a um conjunto estático de conhecimentos ou práticas. Em uma sociedade extremamente estratificada em classes, surge a distinção entre cultura popular e erudita. A cultura popular é vista como arcaica, enraizada nos “mitos folclóricos”, enquanto a cultura erudita é considerada atual, profunda e intelectual.


Essa dicotomia contribui para o surgimento de uma cultura de massa, que se apropria de elementos das duas culturas e os dilui a ponto de mitigar o conceito de cultura e relacioná-la apenas a entretenimento e diversão. Essa cultura de massa muitas vezes desloca a cultura do seu espaço vital, que é o do saber, do viver e de se relacionar com o mundo.


Marilena Chauí reforça que esse fenômeno cria uma divisão cultural que amplia o abismo social entre o povo e a elite, já que a cultura de elite se torna hegemônica. Para ela, “é preciso ampliar nosso conceito de cultura” para que possamos reconhecer e valorizar o que não deve ser conquistado ou absorvido, mas que é simplesmente inerente à nossa existência.


 
 
 

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