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Cultivar Cultura desde cedo: as férias escolares como espaço de formação de públicos, guardiões e futuros agentes culturais entre crianças e jovens

  • Foto do escritor: IC CULTURA
    IC CULTURA
  • 10 de jul.
  • 2 min de leitura

Como iniciativas culturais acessíveis, especialmente durante o período de férias, podem despertar o interesse pela arte, formar novos públicos e agentes culturais, e transformar a relação de crianças e adolescentes com o fazer e o fruir da cultura.


Por Cássia Naldi e Juliana Oliveira

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O mês de julho, para milhares de crianças e jovens brasileiros, significa o início das férias escolares — uma pausa merecida, mas também um período em que muitos se veem afastados de atividades estruturadas, especialmente nas periferias e áreas vulneráveis. Nesse contexto, projetos culturais com entrada gratuita ou a preços simbólicos representam uma oportunidade rara e valiosa.


Programações acessíveis em museus, bibliotecas, centros culturais e cinemas, bem como ações itinerantes ou realizadas em territórios populares, têm potencial de ocupar esse tempo ocioso de forma proveitosa — não apenas como entretenimento, mas como vivência estética, experiência, integração, convivência comunitária e contato com linguagens artísticas múltiplas.


Em várias regiões do país, iniciativas públicas vêm promovendo esse acesso qualificado à cultura durante o recesso escolar. A quinta edição do programa “Férias Culturais”, da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, leva atrações gratuitas como oficinas artísticas, shows de mágica, pintura facial e brinquedos infláveis a 20 pontos da cidade (Casas de Cultura, CEUs), de segunda a sexta, das 10h às 17h, ao longo de todo o mês de julho. Já no Ceará, a Pinacoteca do Ceará se transforma em ponto de encontro das férias, com cinco exposições abertas à visitação e diversas atividades lúdicas, educativas e de criação para públicos de todas as idades. O espaço, gerido pela Secretaria da Cultura do Ceará em parceria com o Instituto Mirante, tem acesso inteiramente gratuito e programação especial de quarta a domingo.


Em Pernambuco, a Biblioteca Pública Estadual (BPE) também realiza uma série de atividades gratuitas para públicos infantil, juvenil e adulto, incluindo oficinas, contações de histórias, jogos inclusivos, exposições e até ações de preparação para concursos públicos — reafirmando seu papel como espaço democrático de convivência e formação. No Pará, a partir de 28 de junho, o Parque da Cidade, em Belém, sedia uma Colônia de Férias com programação gratuita voltada a crianças, adolescentes e idosos, reforçando a importância da ocupação qualificada dos espaços públicos durante o recesso escolar.


Pesquisas apontam que a familiaridade com práticas culturais na infância está diretamente ligada à formação de hábitos culturais na vida adulta. Quando, desde cedo, crianças têm a oportunidade de frequentar teatro, cinema, feiras literárias ou rodas de capoeira, por exemplo, criam não apenas repertório estético, mas também senso crítico, empatia e identidade coletiva.


Formar público cultural desde a infância não é apenas garantir plateias futuras — é cultivar cidadãos mais sensíveis, engajados e conscientes de seus direitos culturais. E, mais do que público, muitas vezes formam-se também futuros agentes culturais: jovens que um dia se tornarão produtores, artistas, professores ou gestores culturais em seus próprios territórios.


Essas ações demonstram que cultura é, sim, política pública — mas, para além disso, é um direito básico. Cultura forma cidadãos pertencentes a cultuar, cultivar e semear o espaço em que habitam, causando senso de pertencimento e, portanto, zelo e afeto.

 
 
 

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