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As Rodas de Coco: Uma Celebração da Música Popular Brasileira

  • Foto do escritor: Juliana Oliveira
    Juliana Oliveira
  • 17 de out. de 2024
  • 2 min de leitura


O coco, uma dança de roda e ritmo vibrante, é uma das expressões mais autênticas da cultura nordestina brasileira. Em homenagem ao Dia da Música Popular Brasileira, revisitemos suas origens, características e significados, que vão muito além de um simples entretenimento, sendo reconhecido como um patrimônio cultural imaterial do Brasil.


O coco emergiu nos engenhos de açúcar da antiga Capitania de Pernambuco, abarcando hoje os estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Com raízes que remontam ao século XVIII, essa dança carrega influências significativas dos batuques africanos e dos bailados indígenas, refletindo a rica teia cultural que compõe a identidade nordestina.


“Coco” significa "cabeça", de onde transbordam as músicas simples e contagiantes. Essas canções, com letras que expressam o cotidiano, a natureza e as vivências da população, são a inspiração para o coco, que desagua em suas mais diversas formas, como o coco de roda, coco de embolada e coco de umbigada.


“Essa ciranda não é minha só”. A dança do coco é marcada pela formação de rodas ou filas, onde os participantes se envolvem em um sapateado característico, trocando umbigadas e batendo palmas, criando uma sonoridade única que ecoa nas celebrações. O uso dos tamancos, que imitam o som do coco sendo quebrado, é essencial para a cadência do ritmo. Esses calçados de madeira atuam como um quinto instrumento, tornando-se mais um símbolo da dança. Os instrumentos mais utilizados para acompanhar a dança incluem o ganzá, o surdo, o pandeiro e o triângulo. No entanto, muitas vezes a percussão é complementada apenas com as palmas dos participantes, o que demonstra a simplicidade e essência comunitária da roda, ou brincadeira, do coco.


“Roda, cirandeiro. Toca, tocador. O cantador tá tocando pra alegrar o meu amor”. Uma figura central nas rodas de coco é o "mestre cantador", que guia os participantes com seu canto, puxando versos conhecidos ou improvisando novas estrofes. Essa interação é fundamental, pois cada apresentação é uma oportunidade para expressar a criatividade e a vivência de quem dança. O coco é, portanto, uma manifestação coletiva que une as pessoas em um ciclo de celebração e alegria e existe ao passo em que é concretizado.


Embora o coco seja frequentemente associado ao ciclo junino, essa dança é uma presença constante em diversas festividades ao longo do ano. Sua versatilidade e apelo emocional fazem do coco uma escolha popular em festas religiosas, folclóricas e comemorações familiares, mantendo viva a tradição cultural do Nordeste.


As rodas de coco representam não apenas uma forma de arte, mas também uma conexão profunda com as raízes culturais do Brasil. Ao celebrarmos o Dia da Música Popular Brasileira, é essencial reconhecer e valorizar a riqueza do coco, uma dança que nos ensina sobre comunidade, resistência e identidade. Cada passo, cada batida e cada canto no coco ecoam a história e a vivência de um povo que continua a vibrar nos palcos e nas ruas do Brasil.


 
 
 

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